sexta-feira, 4 de julho de 2008

Fluminense? Mucho gosto, LDU!

Quarta - feira, 2 de julho de 2008. Esse era para ser o dia inesquecível dos 105 anos do Fluminense. De tantas noite, de tantos jogos, aquela decisão contra o LDU naquela noite, no Maracanã, era para ser o momento de glória do tricolor das laranjeiras. A missão era difícil. Uma semana antes, o oponente tinha feito um placar ótimo diante de sua torcida. O time do Equador venceu por 4 a 2. O Fluminense precisava, então, vencer por 2 gols de diferença para levar a decisão para a prorrogação.

Diante de mais de 80 mil pessoas, o tricolor começou a sua missão em busca do inédito título. É fato que a torcida em massa é um motivador enorme, o próprio Corinthians provou isso quando, para mais de 50 mil pessoas no Morumbi, venceu o Goiás por 4x0, revertendo um placar desfavorável, e avançando para as quartas-de-final da Copa do Brasil. Festa, faixa de "Campeão 2008" e bandeirões por todos lados. Só faltavam o tão sonhado gol. E ele veio aos 5 minutos do primeiro tempo. Mas o Maracanã ficou calado. Numa jogada originada no lado direito da LDU, Bolaños aproveitou bola cruzada e abriu o marcador para os equatorianos. A situação se complicava, agora era preciso três gols para levar para a prorrogação.

O resto todo mundo já sabe. Thiago Neves, o mesmo que falou que fez o gol do título uma semana antes, brilhou e marcou os três gols que o Flu precisava. Lição de casa feita, que venha a prorrogação.

O tempo extra foi morno. O time das Laranjeiras pouco fez e a LDU também. Houve um gol erroneamente anulado marcado pelo time de Quito, mas, erro por erro, a arbitragem não havia dado um pênalti e impediu uma jogada legal do tricolor carioca durante o tempo regulamentar. Um minuto depois do erro, a prorrogação acabou e fomos aos pênaltis.

Depois de duas horas de jogo, não há músculo que aguente. Como bem observou o comentarista da rádio Transamérica, Neto. Talvez o cansaço, aliado com a pressão de cobrar as penalidades máximas com milhares de pessoas olhando, fez com que Conca, o astro Thiago Neves e o apagado Washington não convertessem suas cobranças. O goleiro Cevallos, que não é um dos melhores, deixou passar apenas uma, enquanto, no outro lado, o goleiro Fernando Henrique só conseguiu defender a segunda cobrança. Festa da LDU. Festa do Equador. Decepção e frustração para os tricolores.

A vitória da LDU foi merecida. Não só por terem sido maiores que o Fluminens em campo, mas também porque eles agiram com humildade. Muito ao contrário de Renato Gaúcho e Thiago Neves que deixaram as vitórias subirem a cabeça e passaram a cantar vitória muito antes da hora. Subestimaram os adversários equatorianos mesmo depois de tomarem 4 em Quito. A impressão que dava ao ouvir as entrevistas de Gaúcho, para aqueles que não são ligados no futebol, era que o resultado fora de casa tinha sido um empate, ou uma simples derrota de 1 x 0.

Thiago Neves, que não é bem visto nas bandas paulistas pela mutreta que fez com o Palmeiras no final do ano passado, desembarcou de Quito afirmando com todas as letras que tinha feito o gol do título. Não posso ser hipócrita de não concordar que ele foi o herói do Maracanã com os seus três gols. Mas, um pouco de humildade é sempre bom.

Diziam que torcer para o Fluminense era torcer para o Brasil, peço desculpas, mas eu não concordo. Sei que apesar dos pesares, o povo brasileiro é um povo humilde e trabalhador. É tudo que o Renato Gaúcho não foi. Começou deixando o time titular 20 dias sem jogar, colocando apenas os reservas nas partidas válidas pelo Campeonato Brasileiro, esse foi o primeiro erro. Segundo, e o mais grave, ele não teve a sensatez de admitir que o adversário tinha valor. O LDU não chegou a final da Libertadores porque o colocaram lá. Batalhou tanto quanto o Fluminense. A justificativa era que "subir no salto" era uma forma de incentivar os jogadores. Desculpe-me novamente, mas, para mim, isso foi apenas uma maneira de iludir a equipe. Acreditar numa inverdade.

No final das contas, a ironia se fez presente. As serpentinas com as cores do Fluminense caíram sobre as cabeças dos jogadores adversários. É assim que se faz o futebol. Garantido mesmo foi as zuações no dia seguinte, proporcionadas por torcedores do Flamengo, Vasco e Botafogo.

E para Renato Gaúcho, fica a lição e a frase que tanto falou martelando na cabeça, só que em outra língua:

Fluminense? Mucho gosto, LDU!

Até a proxima!
Peterson Munhoz

Nenhum comentário: