segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Congresso, a Censura e o CQC

Voltando depois de uma temporada de férias, que, na verdade, foram compromissos profissionais.

Nesse tempo que fiquei fora, muitas coisas aconteceram. a Isabella, o Padre, a seleção de Dunga - que sera mote de outro post - e, finalmente, a estréia do CQC (Custe o Que Custar).

O programa é comandado pelo Marcelo Tas, que, na adolescência de meu pai interpretou o famoso repórter Ernesto Varela, e na minha infância ficou famoso por seu bordão no "Castelo Rá Tim Bum", da TV Cultura: "Porque sim, não é resposta!". Dividem a bancada com ele o Rafinha Bastos, que, na minha opinião, é um dos grandes nomes da comédia stand-up; Marco Lucce, famoso "Silas Simplesmente", e outros nomes até então desconhecidos da grande mídia: Danilo Gentili, Oscar Filho, Felipe Andreoli e Rafael Cortez

Aos poucos a trupe foi conquistando o seu espaço, e, claro, levantando esperadas comparações com o "Pânico na TV". Alguns quadros do programa são de extrema importância, como o "Proteste Já!", e, uma das reportagens mais bem elaboradas que eu já vi (claro, respeitando o tema do programa) que foi a de Rafael Cortez na cúpula dos Presidentes.

O único porém está aqui no Brasil mesmo. A equipe do CQC foi impedida de entrar no parlamento pois, por algum motivo, os políticos se sentiram incomodados. Claro, as perguntas que a trupe faz são para cutucar, para mostrar que há uma grave ferida aberta e que não tem nenhuma pressa em cicatrizar. Ao invés de encarar a verdade, qual foi a saída mais fácil? Fugir. Claro, fugir é sempre mais fácil.

A questão está repercutindo por parte da imprensa e por parte da opinião pública. Alguns deles são jornalistas, a Band é uma rede de televisão séria, um grupo sério, não iria arriscar sua credibilidade, e Marcelo Tas é um comandante experiente, logo, a trupe irá respeitar limites éticos e de bom -senso jornalístico.

Num lugar que é chamado de "A Casa do Povo", um lugar aberto para as pessoas falarem e serem ouvidas, não deveria impedir o acesso de uma equipe interessada em fazer perguntas que todos nós gostaríamos fazer, mas nao temos acesso. Já tentou mandar um e-mail com perguntas ousadas para algum deputado ou senador? Poucos respondem! Ou, se respondem, é feito com alguma demora.

Existe uma campanha, um abaixo-assinado eletrônico, disponível no site www.cqcnocongresso.com.br. É digno assinarmos ele, e, com a pressão do povo, as portas do congresso se abrirem novamente para todos membros da imprensa. Impedir o acesso de qualquer órgão da imprensa, impedir o trabalho de qualquer jornalista, é considerado censura e condenado pelo primeiro artigo de nossa Constituição.

Fica difícil evoluirmos, como nação, se não podemos criticar o trabalho de quem nos representa. Para mim, é de venal importância os políticos estarem abertos para elogios e críticas. É de conhecimento geral que alguma parte deles rouba nossos bolsos com gosto, na hora de cutucar não gostam?

CQC no Congresso já!

De censura, já basta a que nos auto-exercemos, ao ponderarmos nossas atitudes!


Até a próxima
Peterson Munhoz