terça-feira, 1 de julho de 2008

Cuidado, políticos trabalhando

Domingo fiz uma viagem a Sorocaba, interior de São Paulo. Fui com alguns amigos na casa de outro que estava fazendo um churrasco. Como toda boa viagem não pudemos deixar de nos perder na cidade, até então nunca explorada por nós.

Enquanto estávamos entretidos no nosso tour não programado por Sorocaba, não pude deixar de notar a enorme quantidade de obras pelas ruas e avenidas. Aliás, o carro deslizava pelo asfalto recém feito. Tudo impecável. Ciclovias sendo implantadas e melhoradas, canteiros de avenidas sendo reurbanizados, novas pavimentações para as calçadas. Ai que me dei conta de que nada é feito de graça nesse mundo. Estamos em 2008, ano de eleições de municipais, e o prefeito tucano Vitor Lippi está em seu primeiro mandato e busca a reeleição no pleito de outubro.

Esse tipo de manobra não é exclusiva do prefeito de nosso exemplo, é extremamente comum. Creio que isso aconteça pois os políticos se valem da extrema valorização que a população dá ao "agora", preterindo o "antes". Ou seja, damos mais valor as mudanças ques estão acontecendo agora a todo sofrimento que passamos antes. Vamos tampando nossos olhos, ficando contentes com a sensação de "algo está sendo feito" quando passamos em frente a placas de "Prefeitura Trabalhando". Valorizamos o ditado "Antes tarde, do que nunca!".

Não é o que deveria acontecer, óbvio. De dois em dois anos, sempre vemos uma avalanche de políticos subindo favela, inaugurando hospitais, dando "pique" em obras paralizadas durante todo um mandato para conseguir um punhado de votos. Aproveitam-se da esperança do povo, que renasce a cada primavera, para ludibriá-los com falsas promessas e frases feitas que dão aquela sensação de "agora vai".

No fim nada muda, e vale aquela velha frase que, infelizmente, já virou clichê: é hora de protestar, ir atrás de nossos direitos. Quem sabe não podemos acreditar de novo?

Enquanto isso, em São Paulo, vemos uma ruptura dentro do PSDB. O polo centrado do partido, FHC, passa por momentos de luto. Alckmin não tem um relacionamento muito bom com Serra desde as eleições de 2006, quando o governador concorreu ao cargo de presidente deixando o então prefeito a ver navios e com o governo de SP como prêmio de consolação. Hoje a situação é inversa. O DEM rompeu uma parceria de eleições com o PSDB e lançou Gilberto Kassab como candidato para reeleição, os tucanos, por sua vez, vão com Geraldo Alckmin, que disputará a cadeira da prefeitura paulista pela segunda vez.

A situação é que José Serra parece pendente para o lado de Kassab, que foi seu vice durante seu curto tempo de prefeitura. O governador já apareceu ao lado do prefeito em quatro eventos. Dos sete eventos que Serra apareceu ao lado de Alckmin, outros quatro foi em conjunto com o candidato democrata. No placar fica 8 contra 3 para Kassab. A disputa só está no começo e a promessa é de grandes emoções para o futuro.

Mas, não custa lembrar que, provavelmente, se Alckmin for eleito, em 2010 haverá aquela dança das cadeiras básicas. Serra é favorito na sucessão presidencial, logo, deverá concorrer à Presidência da República. Alckmin volta a concorrer o direito de sentar na cadeira do palácio dos Bandeirantes, e, a prefeitura sobrará novamente. É bom ficarmos de olho e conhecermos o vice de Geraldo Alckmin.


Uma boa noite e uma boa semana a todos
Peterson Munhoz

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